Debate – Conferir material necessário – Davi e Valeria listaram os materiais para as atividades, etiquetaram e separaram para a Encontra. Houve uma modificação na bancada do debate, pela impossibilidade de participação da Bárbara Biscaro. Eliana entrou no lugar de Bárbara, como debatedora, e Valéria entrou no lugar de Eliana, como mediadora.
Concerto em parceria com o 4º Festival Música Estranha – Thiago Cury contou que já tem equipe para a produção. Ele pediu para que 2 pessoas da Sonora se disponibilizem para qualquer emergência de palco. Em relação à comunicação e divulgação do Festival, Thiago pediu para reforçarmos a divulgação do Festival, assim como ele reforçará a da Encontra Sonora. Pediu também para mandarmos avisos em nossas listas de e-mail.
Oficina de Instrumentos Eletrônicos de Garagem – foi realizada a divulgação das selecionadas através de facebook e site da Sonora.
Espaço Aberto – foi conferido material, tela de projeção, mesa, etc. Bárbara Biscaro também cancelou sua participação neste evento da Encontra.
Roda de Conversa – Lilian elaborou algumas questões e roteiro.
Crianças na Encontra – Tania mandou e-mails para participantes para saber quantas vão trazer filhos para o evento. Ficou combinado que serão levados livros, folhas em branco, lápis de cor e joguinhos para entretenimento da galera.
Registro – Lucia se ofereceu para filmar e, eventualmente, fotografar o evento para futuro teaser. Filha de Eliana (Ligia) se propôs a fotografar o debate. Eliana vai fotografar a Oficina e o Espaço Aberto. Integrantes da rede também vão fotografar o que der.
Finalização da Encontra – na segunda-feira seguinte à Roda de Conversa (5/12), no horário da reunião da Sonora.
Debate – Educação Musical sob perspectivas de gênero e feminismos
26/11, sab, 14h-18h, Sala de Debates do CCSP.
Com as educadoras, artistas e pesquisadoras Eliana Monteiro da Silva (mediadora), Barbara Biscaro, Camila Zerbinatti, Isabel Nogueira e Vanessa Rodrigues.
Onde [não] estão as mulheres na música? Por que se observa uma maior quantidade de homens do que de mulheres atuando profissionalmente com música? Quais os caminhos para ampliar a participação e visibilidade das mulheres na música? Em que medida essas questões se relacionam com o campo da educação musical? Quais são as possíveis causas, problemas e desafios a serem enfrentados tanto no âmbito do ensino formal de música (do ensino infantil ao ensino superior), quanto em cursos livres, oficinas, festivais etc. Este debate pretende discutir questões como estas, buscando mapear o cenário atual e propor alternativas que possam contribuir positivamente para sua transformação, com ideias inovadoras, imaginativas, pensantes e desafiadoras.
O debate será dividido em dois blocos, com intervalo de 30 minutos:
Bloco I – Experiências e mapeamento dos problemas
Formato de mesa de debates com as convidadas. As perguntas abaixo foram encaminhadas previamente às debatedoras:
Quais experiências educacionais ou não-educacionais moldaram o seu envolvimento com a música e as artes? Conte um pouco de como sua trajetória a levou a escolher essa área de atuação, levantando as experiências positivas e negativas.
Por que, ainda hoje, mesmo com a visível expansão no Brasil dos diversos tipos de ações e instâncias de formação musical, as mulheres e meninas ainda são minoria em diversos cursos de graduação e pós-graduação, grupos e projetos voltados para a música? Esse cenário apresenta diferenças nos contextos das chamadas músicas ‘eruditas’ e ‘populares’?
Como o sistema educacional atual reforça e mantém um ambiente cultural que atribui às mulheres um papel restrito na sociedade? Comente como se dá a participação do Estado, das instituições de ensino, da religião e de outras instituições para a regulação desse papel.
Em que medida a ausência de modelos ou referências de mulheres na música contribui para a manutenção de ambientes predominantemente masculinos?
No campo institucional (universidades; concursos para cargos públicos; concursos e competições artísticas; seleções de projetos para receber fomento), a maior parte dos mecanismos de seleção se coloca como neutro no que diz respeito a questões de gênero. Entretanto, é notável a discrepância na quantidade de homens e mulheres que têm sucesso nesses processos. Para citar alguns exemplos concretos: 1) o número de professores nos cursos de música nas universidades públicas brasileiras é significativamente maior do que o número de professoras (a título de exemplo, nas universidades públicas paulistas, temos: USP 27 homens / 6 mulheres (22%), UNICAMP 31 / 8 (20%), UNESP 20 / 8 (28%); 2) entre os 46 compositores premiados no último concurso da Bienal da Funarte de Música Clássica figura apenas 1 compositora [3,27%]; 3) numa orquestra como a OSESP, entre os 108 músicos listados, 80 são homens e apenas 28 (35%) são mulheres. Se as portas de entrada para essas posições realmente não fazem distinção de gênero, onde estariam localizados os empecilhos que provocam uma participação feminina numericamente muito inferior à masculina?
A situação recorrente de confrontar um número maior de homens acaba levando as mulheres a adotar uma postura idealista, tendo que se superar e destacar no âmbito do grupo?
Quais iniciativas já existem e que encorajam as meninas e se envolverem com a música?
Bloco II – Sugestões, alternativas, ideias inovadoras, imaginativas, pensantes e desafiadoras para a transformação desse panorama
Formato de roda de conversa. As perguntas abaixo serão encaminhadas a todas as pessoas presentes:
Quais os caminhos para ampliar a participação, visibilidade e representatividade das mulheres na música?
O que nós podemos e devemos (ou não) fazer para transformar esse cenário?
As selecionadas devem confirmar a inscrição através do email sonoramulheres@gmail.com, até o dia 19/11, sábado.
Como recebemos 13 inscrições até a data limite, abrimos mais uma vaga: 13 selecionadas sem suplência. Porém, devido à procura que surgiu após o encerramento de inscrições, decidimos abrir NOVAS INSCRIÇÕES PARA SUPLENTES, que devem ser feitas através do email sonoramulheres@gmail.com, até o dia 19/11, sábado, contendo:
Nome completo
Data de nascimento
Telefone
Email
Endereço completo
Raça/etnicidade
Identidade de gênero
Como ficou sabendo da oficina
Experiência artística (500 caracteres com espaço)
Porque quer participar da oficina? (500 caracteres com espaço)
Burka In Trans é um processo criativo, um “experimento social performático” que culminou na composição de uma peça áudio-visual, composta de fragmentos gravados na vivência de uma semana de uso cotidiano da Burka na cidade de São Paulo. O projeto foi selecionado para a 9º In Sonora: Muestra de Arte Sonoro e Interactivo, em Madrid. O áudio foi apresentado no festival, nos dias 4,5 e 6 de Março de 2016 na Casa Encendida, Madrid- ES. Este processo criativo teve como inspirações:atuar nas esferas de sensibilidade, intervir na estrutura perceptual do outro,operar contra a adaptação perceptual do cotidiano,cartografar subjetividades mesmo que modestamente,contribuir para ações que carreguem em si o potencial de avançarmos nos processos de descolonização do imaginário.
Inflexos Transcorpo (Paloma Klisys e Marilia Vasconcellos)
Inflexo – o contrário do reflexo – o reflexo ao contrário.
Transcorpo- um corpo que transpõe barreiras normativas e se transforma constantemente. corpo exposto as conexões do “fora”.
Processo criativo e de pesquisa transdisciplinar de co-autoria entre a fotógrafa Marilia Vasconcellos e a escritora Paloma Klisys. Inflexos Transcorpo propõe ações que caminham no sentido de provocar a desconstrução do “corpo colonizado” e da corporalidade rotineira. A exploração das transconexões entre arte e filosofia, cria um campo de experimentações com diversas linguagens artísticas (fotografia, arte sonora, poesia, artes visuais, artes plásticas), a partir de derivas e intervenções abertas a participação de público aleatório.
“Tédio Horizonte da Rotina” é um projeto audiovisual de um filme que se constrói durante a performance.
A montagem que acontece em tempo real se dá através da manipulação de fotografias retroprojetadas, numa investigação aos princípios de teoria da montagem cinematográfica, como era feito com a moviola.
A mise em scène rompe com os limites conceituais das quatro paredes cinematográficas quando a extra diegese também pode ser entendida como parte do quadro, assim como a narrativa em voz off também pode ser entendida como voz over. Essa estrutura, aliada a voz que aparece e desaparece, tensiona esses limites de percepção do que se vê durante a criação e desenvolvimento da performance.
Tendo como base a cidade de Belo Horizonte, Ghost Notes (Jiulian Regine), expõe fotos tiradas dos mesmos lugares sob pontos de vistas praticamente iguais, retratando assim a rotina massiva dos trechos que percorreu durante o período de 5 meses. Desloca o ponto de vista habitual trazendo a cidade como observadora de seus habitantes, numa narrativa incansável sob as quinas inóspitas largadas nas madrugadas metropolitanas. Uma crítica a estética do abandono civilizatório e aos abusos psicológicos que a rotina nos causa.
A trilha que também é construída ao vivo é composta por Gruta (Anelena Toku) que utiliza um sintetizador e pedais de efeito para gerar camadas de som e ruídos que interpretam essa narrativa.
Ghost Notes [Jiulian Regine]
É um projeto audiovisual de Jiulian Regine, que investiga através da imagem, estática ou não, a inquietação política do seu ser. Como viver na contemporaneidade sem sofrer os abusos sociais impregnados pelas construções civilizatórias? Esse descontento é a premissa de suas pesquisas poético-afetivas que tanto quanto a vida, habita a incoerência dos fatos para dar forma ao que se vê, pensa, fala e recorda em seus temas.
Jiulian Regine é baterista, estudante de fotografia, cinema, butô e co-fundadora do selo Hérnia de Discos. Atualmente toca nas bandas Post, Sara Não Tem Nome e La Burca.
Com 26 anos tem discos lançados, curta-metragens, video-arte e é performer.
Gruta [Anelena Toku]
Gruta é Anelena Toku, artista/artesã, vem desenvolvendo uma prática transdisciplinar ligada as artes desde muito cedo. Hoje tem focado sua pesquisa no universo audiovisual, principalmente documental.
Além do trabalho autoral, participa da Companhia Rapadura, coletivo de fotografia analógica que realiza exposições e publicações desde 2012.
Desde 2012, com o projeto Gruta, vem realizando gravações em estilo faça você mesmx com ruídos, camadas de vozes e outros instrumentos. Em 2015, formou o Fronte Violeta, duo de música experimental com Carla Boregas. As apresentações do Fronte Violeta envolvem experiências sonoras com beats eletrônicos somados a texturas criadas a partir de sintetizadores analógicos, digitais, osciladores caseiros, vozes, gravações de campo e loops. Ainda em 2015, lançaram o primeiro trabalho ‘Travessias’ em fita cassete pela Dama da Noite Discos.
Entrever, seria uma proposta de sugerir um olhar entreaberto, um ouvir por entre frestas, imagens sutis e sonoridades enigmáticas, que aos poucos vão se revelando. Com a intenção de causar uma reação imersiva, intimista, em que a sobreposição dos sons perpassa feito um mantra que vai se repetindo lentamente. As declamações são textos próprios, poéticos, como se adentrassem na mente da artista. Uma sensação onirica, de sonhos fragmentados.
A apresentação em si se trata de uma instalação sonora que engloba poesia declamada, sons sobrepostos, e um vídeo, que ficará rolando por de trás (parede branca ou tecido). Contudo as criações de áudio foram gravadas e manipuladas com o auxílio de recursos digitais (programas de computador e aplicativos de celular), que puderam captar ruídos: de pessoas, animais, objetos cotidianos, paisagens urbanas e campestres, instrumentos musicais (piano, escaleta, entre outros). Estes materiais sonoros foram justapostos com declamações (palavras faladas em voz alta), experimentações vocais (sussurros, assobios, etc.), incluindo efeitos e filtros de edição eletrônicas até mesmo sonoplastias pré-definidas
O som estará saindo de um laptop (para as caixas de som no espaço), em que as criações sonoras vão se intercalando, posteriormente a artista tocará instrumentos de sopro (escaleta, flauta), e declamará alguns textos, criando efeitos sonoros com a voz. Já o video retrata fotografias em movimento, da autoria da artista também, rolando concomitantemente.
Gabrielle Haddad
Gabrielle `Agah` Haddad, 26 anos, nascida na capital paulista. Sempre gostou de mesclar palavras e imagens, desde cedo tinha o habito de escrever poesias, diários. Teve contato com instrumentos e teorias musicais, frequentou aulas de piano. Em 2014 formou-se em Artes Visuais, no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Desde então, procura interligar as suas criações de forma mais palpável, encontrando na linguagem audiovisual e sonora uma maneira de se expressar, mesmo que sutilmente. Apresentou sua obra como instalação na Fundação Ema Klabin em 2013, e no espaço Ibrasotope de Musica experimental, em 2015 e 16 de forma ao vivo. Recentemente lançou um album próprio online com o selo independente Malware.
O duo existe a partir da urgência de gritarmos enquanto mulheres músicas, criadoras e performers, que transitam entre diversas práticas artísticas. Buscamos unir diferentes referências musicais que nos movem e a partir dessa pesquisa criar composições, improvisações e arranjos.
Permeadas por feminismos, nos debruçamos sobre trabalhos de artistas mulheres como Meredith Monk, Juçara Marçal, Iara Rennó, Iva Bittová, Björk, Nina Simone e Violeta Parra. Também trazemos para este trabalho nossas pesquisas relacionadas a vocalidades contemporâneas, técnicas estendidas e eutonia, que se refletem nas experimentações de linguagens.
Como abertura deste processo que se iniciou há poucos meses, propomos apresentar no Espaço Aberto da Encontra Sonora 2016 uma criação que nasceu de nossas experiências – sentidas na pele – frente aos absurdos vividos em manifestações contra o golpe que estamos vivendo. Este trabalho mescla elementos de canção, já que partimos de um poema autoral para sua criação, e improvisação, experimentando um entre-lugares e experienciando sonoridades.
Mariana Carvalho
Pianista, improvisadora e performer, é aluna da graduação em piano na Universidade de São Paulo. Faz parte da rede Sonora, da Orquestra Errante, da Camerata Profana (grupo dedicado à musica de invenção e improvisação), e do Coro Profana (laboratório vocal experimental). Pesquisa eutonia e improvisação livre em iniciacao cientifica pela FAPESP. Estuda eutonia com Miriam Dascal e Daniel Matos, e realizou performances sobre gênero e violência com o núcleo AANGA. Participou tocando piano em algumas peças de teatro do circuito universitário e do Club Noir.
Sarah Alencar
Nascida em Goiânia, Sarah Alencar é graduada em Música – bacharel em composição pela Universidade de São Paulo. Entre 2014 e 2015 atuou como compositora e diretora musical na “Ópera do desaparecimento”, contemplada pelo PROAC 2014. Atualmente integra como cantora, flautista e oficineira o grupo Saracura, atuante em hospitais; como cantora, flautista, violonista e arranjadora o trio Maria Fumaça; participa do grupo de Teatro Arte e Fatos como compositora e diretora musical; do Coro Profana, laboratório de experimentação vocal e corporal; é artista orientadora do
Vocacional Música, atuante no CEU Navegantes; e preparadora vocal e flautista convidada da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.
Dissonantes é uma série de apresentações de música experimental organizada por Renata Roman e Natacha Maurer. O projeto surge, em dezembro de 2015, como resposta à pergunta “onde estão as mulheres na cena experimental?” provocada pela reduzida presença feminina nos concertos e apresentações de música pelos quais passaram, seja apresentando-se, produzindo ou ainda enquanto público.
Visando modificar esse contexto e ampliar a participação das mulheres nessa cena, a série pretende criar um espaço de visibilidade e troca com apresentações de mulheres e/ou grupos compostos por pelo menos 50% de mulheres. Com periodicidade mensal e realizada em espaços diferentes, conta com duas apresentações por edição.
Renata Roman e Natacha Maurer conversarão com o público sobre a experiência de organizar o Dissonantes a partir da visão das organizadoras. Serão abordadas questões como busca de artistas, de espaços apoiadores (dado que o projeto é itinerante). Conversaremos também sobre a questão do público: nas apresentações do Dissonantes sempre foi observado uma maior homogeneidade de gêneros na plateia. Por que isso acontece no Dissonantes e não em outros eventos? como solucionar isso?
Natacha Maurer
Desde de 2010 é produtora do Ibrasotope, núcleo de música experimental sediado em São Paulo, com qual desenvolve diversos projetos, entre os quais se destaca o FIME – Festival Internacional de Música Experimental (2015 / 2016). Integra, ao lado de Marcelo Muniz, a banda-duo “Brechó de Hostilidades Sonoras”, com o qual vem desenvolvendo trabalhos que envolvem concepção de instrumentos experimentação. Tem como interesse principal a pesquisa sobre possibilidades sonoras com instrumentos não convencionais.
Artista sonora. Seu trabalho transita entre música experimental, instalação , rádio arte e gravações de campo. Produtora, junto com Natacha Maurer, da série Dissonantes, voltada ao incentivo e visibilidade de mulheres artistas na cena experimental. Criadora do SP SoundMap (mapa sonoro de São Paulo).
Relato de Processo do Sonora Floripa SC – Ciclo Internacional de Compositoras
Sonora Floripa SC (representada por Camila Durães Zerbinatti, Flora Holderbaum e Tânia Meyer)
Neste relato pretendemos compartilhar, a partir de nossas subjetividades, diferenças e semelhanças, um pouco do que foi o processo de mobilização, elaboração, construção e organização do Sonora Floripa SC, compartilhando os saberes e práticas vividos e construídos coletivamente neste processo.
A edição da Sonora em Florianópolis/SC surgiu para dar visibilidade à presença das MULHERES COMPOSITORAS no meio musical catarinense, reconhecendo e mapeando sua produção musical autoral em todas as vertentes musicais existentes no nosso estado. Além das apresentações das compositoras inscritas na Mostra de Palcos, abrimos inscrição também para as intérpretes em SC, por entendermos que as intérpretes são multiplicadoras das composições.
O evento ainda contou com um fórum temático abordando questões relevantes – como educação musical e gênero, acessibilidade às composições de mulheres, reflexões sobre o que já alcançamos em representatividade de mulheres na música em SC – e com uma mostra audiovisual com documentários e videoclipes sobre mulheres criadoras, compositoras e intérpretes em SC. Um ponto muito especial e comovente de nosso evento e do Fórum, foi a apresentação de Letícia Grala, professora de música da rede pública municipal de Florianópolis, com sua aluna Gabriela, Ventura, de apenas 13 anos.
Foram marcantes e característicos do evento a pluralidade, a diversidade, a inclusão, a coexistência das diferenças e dos/as diferentes, a representatividade, a colaboração, a valorização e o reconhecimento dos diversos saberes, práticas, formas de criar, ser e estar, na música e no mundo das mulheres da música em SC.
Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras – Florianópolis/SC
A Mostra Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras é um evento de alcance internacional e que integra uma rede global de mulheres na música que se fortalece cada vez mais. A edição da Sonora em Florianópolis/SC surgiu para dar visibilidade à presença das MULHERES COMPOSITORAS no meio musical catarinense, reconhecendo e mapeando sua produção musical autoral em todas as vertentes musicais existentes no nosso estado. Além das apresentações das compositoras inscritas na Mostra de Palcos, abrimos inscrição também para as intérpretes em SC, por entendermos que as intérpretes são multiplicadoras das composições, e tivemos a participação de 4 delas. O evento ainda contou com um fórum temático abordando questões relevantes – como educação musical e gênero, acessibilidade às composições de mulheres, reflexões sobre o que já alcançamos em representatividade de mulheres na música em SC – e uma mostra audiovisual com documentários e videoclipes sobre mulheres criadoras, compositoras e intérpretes em SC. Um ponto muito especial e comovente de nosso evento e do Fórum, foi a apresentação de Letícia Grala, professora de música da rede pública municipal de Florianópolis, com sua aluna Gabriela Venturi, de apenas 13 anos de idade.
Nasci em São Paulo, onde comecei a amar a música ouvindo meu pai cantar, minha mãe cantarolar e adorando escutar um par de fitas cassetes e LPs vezes sem fim. Comecei a estudar música com Fátima Viegas e continuei meus estudos de piano com o mestre Armando Fava Filho. Me apaixonei pelo violoncelo quando o vi na apresentação de uma orquestra jovem no salão da Igreja São Francisco, Jaguaré. Não sei o porquê nem como, mas senti que queria muito tocar aquele instrumento, e aconteceu! Fiz licenciatura em música na USP, pós-graduações em música contemporânea e curso técnico em violoncelo na UFRN, me tornei mestra em musicologia-etno-musicologia na UDESC, continuando as pesquisas sobre música contemporânea e performance para violoncelo. Neste caminho descobri as mulheres compositoras e me descobri mulher e feminista. Sou educadora há 14 anos, trabalhando na educação infantil e instrumental, de crianças, jovens, adolescentes e adultos. Sinto que as coisas acontecem todas juntas: tocar, aprender, criar, educar, descobrir, sentir, pensar, pesquisar, vir a ser quem sou – aqui e agora, num fluxo contínuo.
Flora Holderbaum
É violinista, pesquisadora, compositora e poeta dos parêntesis. Seu trabalho envolve pesquisa e prática com poesia sonora, arte sonora e música instrumental. Faz parte do núcleo de Sonologia da USP, onde é doutoranda em Processos de Criação Sonora. Tem apresentado trabalhos em diversos eventos e locais no Brasil, entre eles a II Bienal de Curitiba (PR), EIMAS (MG), ENCUN (RJ-SP)e FIME (SP).
59 anos de idade, natural de Santa Maria/RS residente em São José/SC há 27 anos, compositora, cantora, atriz, contadora de histórias, pertence a Academia Brasileira de Contadores de Histórias- ABCH, com sede em Florianópolis, ocupando a cadeira de número sete, é professora no Instituto Federal de Santa Catarina-IFSC há 19 anos, trabalha com o coral e o teatro no ensino técnico integrado ao ensino médio. Atualmente está fazendo uma Especialização de Gênero e Diversidade na Escola – GDE de Ensino a Distância na Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, o trabalho desenvolvido trata sobre a transexualidade.