A Sonora vai participar do Projeto Clareira MAC 2021 entre os dias 23 e 26 de setembro, com vídeos na playlist do MAC, performances ao vivo (dias 23 e 24 às 19:00h) e instalação sonora.
Este teaser dá uma ideia do que vai acontecer nesta linda empreitada, com as artistas falando de suas produções!
Trabalho comissionado pelo projeto Weaving music for radio (UNESCO).
Participação: Vinicius Portes (bombo), Débora
Bergamo (voz), Ricardo Ross (flauta), Sergio Albach (clarinete), Dhiego Lima
(violino) e Shante Cabral (violoncelo).
Vozes de Valéria Muelas Bonafé, Maria Angélica
Bonafé, Maria de Lourdes Cardoso, Cristina Maria de Campos Bonafé, Margarete
Maria de Campos Bonafé, Daniela Muelas Bonafé, Mariana da Silveira Bonafé e
Maria Izabel Bonafé Fugimori.
por Rede Sonora no XXVII Congresso da ANPPOM 2017 – texto escrito por Eliana Monteiro da Silva e lido por Ísis Biazioli
A rede “Sonora – músicas e feminismos”, vêm apresentar seu profundo pesar e consternação frente ao assassinato brutal da violonista e pesquisadora Mayara Amaral, ocorrido no dia 24 de julho de 2017.
Mayara era nossa colega, parceira de trajetória, professora e musicista dedicada à pesquisa do repertório, para seu instrumento, composto por mulheres. Com artigo sobre o assunto aprovado neste Congresso, esta jovem de 27 anos faria também uma performance, em que ampliaria nosso conhecimento e nos encantaria com obras pouco ou nada conhecidas do público em geral.
Tal desconhecimento merece destaque neste documento por reafirmar o descaso, enraizado em nossa sociedade, à necessidade das mulheres de se expressarem e de serem ouvidas, respeitadas, levadas em consideração.
Mayara Amaral estava engajada nesta luta de maneira responsável e profissional, interpretando com alegria e fidelidade as autoras que divulgava, também, em sua produção bibliográfica.
Embora sua presença física não esteja mais entre nós, pleiteamos que seu destino trágico possa impedir futuras barbaridades como a de que foi vítima, mediante ações afirmativas de combate à vulnerabilidade das mulheres na música e na vida – especialmente ao feminicídio-, bem como exigindo respeito e justiça nas investigações.
O dia 24 de julho de 2017 ficará para sempre marcado na mente, corpo e alma de muitas mulheres brasileiras, especialmente as mulheres da música. Este foi o dia em que Mayara Amaral, violonista e pesquisadora da obra violonística criada por mulheres foi vítima de um feminicídio. Mayara era nossa colega na música, parceira de trajetória, professora e musicista dedicada à causa feminista na música. Quando foi brutalmente assassinada, se preparava para apresentar trabalho escrito e performance no Congresso ANPPOM 2017, evento de grande importância para a comunidade musical acadêmica.
A Rede Sonora – músicas e feminismos se empenhou em manifestar sua consternação através de diferentes ações de diferentes participantes, feitas em nome da Rede, como o texto “Pela Memória de Mayara Amaral, pelas vidas das mulheres na música e no mundo: #NenhumaAMenos”Pela Memória de Mayara Amaral, pelas vidas das mulheres na música e no mundo: #NenhumaAMenos”, de Camila Durães Zerbinatti, publicado pelo Portal Catarinas; o texto de Eliana Monteiro da Silva, que reivindica respeito e seriedade nas investigações sobre o crime hediondo que ceifou a vida de Mayara, assim como atenção para as diversas violências de gênero contra as mulheres, como o feminicídio, lido durante a performance colaborativa da Rede no Congresso da Anppom, e, a peça sonora que aqui disponibilizamos.
“Que sua partida não seja silêncio”
Esta peça sonora foi criada a partir de um convite da coordenação do citado Congresso da ANPPOM de 2017, na pessoa do professor Alexandre Zamith Almeida, para que a Rede Sonora realizasse uma performance artística no horário em que seria a apresentação da violonista Mayara Amaral no congresso. A performance foi realizada de forma colaborativa onde, a partir de um convite amplo, as participantes da rede Camila Zerbinatti, Carolina Andrade, Eliana Monteiro da Silva, Mariana Carvalho, Tania Neiva e Valeria Bonafé gravaram áudios relacionados com o feminicídio ocorrido com Mayara.
Este material foi processado por Isabel Nogueira, que também tocou sintetizadores, e transformou-se em uma criação sonora de 20 minutos, da qual esta peça é uma versão reduzida.
No momento da performance no congresso, foram realizadas improvisações por Mariana Carvalho, Flora Holderbaum e Isabel Nogueira sobre a peça sonora. Isis Biazioli leu o texto de Eliana Monteiro da Silva, que está disponível no site da Rede Sonora.
Áudios e vozes: Camila Zerbinatti, Carolina Andrade, Eliana Monteiro da Silva, Mariana Carvalho, Tania Neiva e Valeria Bonafé.
Em agosto de 2016, conseguimos encaminhar uma pauta muito importante para nós no XXVI Congresso da Anppom (Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Música), que se deu em Belo Horizonte: o comprometimento da instituição em garantir o oferecimento de estrutura para recebimento de crianças filhas e filhos de pesquisadoras e pesquisadores durante os congressos.
Essa demanda começou a ser discutida dentro da rede Sonora no segundo semestre de 2015 depois que uma das membras da rede, tendo participado junto com seu filho do congresso da Associação no mesmo ano (2015), percebeu a absoluta falta de estrutura para o recebimento desse público implicando na impossibilidade de participação de muitas mães e pais pesquisadoras e pesquisadores.
A rede começou a discutir a necessidade de inclusão do público infantil em enventos acadêmicos e artísticos e escreveu uma carta que foi enviada a lista de discussão da associação, direcionada a diretoria da Anppom expondo essa demanda. Recebemos amplo apoio dos membros da associação, contudo, a diretoria não pode assumir o compromisso sem antes passar pelo consentimento oficial da comunidade. A proposta foi encaminhada para a Assembleia do congresso de 2016 e defendida por uma das membras da Sonora que conseguiu garantir o comprometimento dos organizadores do congresso de 2017 para viabilização da proposta.
Depois do sucesso de inscrições recebidas (64 projetos) e do intenso trabalho da comissão de seleção, divulgamos aqui as artistas selecionadas através da convocatóriaCriação Musical-Visual: Mulheres Criadoras, uma parceriarealizada entre a Sonora/Encontra 2016 e o 4º Festival Música Estranha. Devido o grande número de propostas bem qualificadas a comissão de seleção decidiu abrir uma 3ª vaga.
Artistas selecionadas (em ordem de inscrição)
bella: embrulho
Elisabete Finger e Alessa Camarinha: Movers
Leila Monsegur e Flora Holderbaum: Miss Sound System
Suplentes*
Teresa N. Pavía: A T’aan/imagem sonora
Marina Mapurunga, Izabella Baldoíno e Daniele Costa: Estafa Mental nº1
Leandra Lambert e Isabel Nogueira: Cut-up Tragedy Cut-up
* Em caso de desistência, as suplentes serão chamadas na ordem divulgada.
A todas as participantes, nosso muito obrigado. Agradecemos também à comissão de seleção formada por: Daniela Avelar, Lílian Campesato, Magda Pucci, Mariana Carvalho, Raimo Benedetti, Thiago Cury e Valéria Bonafé.
Em parceria com a SONORA, o 4º Festival Música Estranha inaugura o PRÊMIO DE CRIAÇÃO MUSICAL-VISUAL: MULHERES CRIADORAS, que visa estimular autoras na criação de trabalhos inéditos que se situem na interseção entre a música e o meio visual. Serão selecionados até 2 projetos para serem apresentados ao vivo durante a programação do Festival. Cada projeto selecionado receberá um prêmio de R$ 1.500,00 para a criação do trabalho proposto.
As inscrições deverão ser realizadas até o dia 27 de outubro de 2016, até às 23h59, horário de Brasília, por meio do formulário online.
Clique aqui para conferir o edital completo e fazer sua inscrição online!