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Encontra 2016

Espaço Aberto (bloco 1) – Renata Roman e Natacha Maurer

Dissonantes

Renata Roman e Natacha Maurer

 

Dissonantes é uma série de apresentações de música experimental organizada por Renata Roman e Natacha Maurer. O projeto surge, em dezembro de 2015, como resposta à pergunta “onde estão as mulheres na cena experimental?” provocada pela reduzida presença feminina nos concertos e apresentações de música pelos quais passaram, seja apresentando-se, produzindo ou ainda enquanto público.

Visando modificar esse contexto e ampliar a participação das mulheres nessa cena, a série pretende criar um espaço de visibilidade e troca com apresentações de mulheres e/ou grupos compostos por pelo menos 50% de mulheres. Com periodicidade mensal e realizada em espaços diferentes, conta com duas apresentações por edição.

Renata Roman e Natacha Maurer conversarão com o público sobre a experiência de organizar o Dissonantes a partir da visão das organizadoras. Serão abordadas questões como busca de artistas, de espaços apoiadores (dado que o projeto é itinerante). Conversaremos também sobre a questão do público: nas apresentações do Dissonantes sempre foi observado uma maior homogeneidade de gêneros na plateia. Por que isso acontece no Dissonantes e não em outros eventos? como solucionar isso?

 

natacha-maurerNatacha Maurer

Desde de 2010 é produtora do Ibrasotope, núcleo de música experimental sediado  em São Paulo, com qual desenvolve diversos projetos, entre os quais se destaca o FIME –  Festival Internacional de Música Experimental (2015 / 2016). Integra, ao lado de Marcelo Muniz, a banda-duo “Brechó de Hostilidades Sonoras”, com o qual vem desenvolvendo trabalhos que envolvem concepção de instrumentos experimentação. Tem como interesse principal a pesquisa sobre possibilidades sonoras com instrumentos não convencionais.

 

renata-roman_arquivo-pessoalRenata Roman

Artista sonora. Seu trabalho transita entre música experimental, instalação , rádio arte e gravações de campo. Produtora, junto com Natacha Maurer, da série Dissonantes, voltada ao incentivo e visibilidade de mulheres artistas na cena experimental. Criadora do SP SoundMap (mapa sonoro de São Paulo).

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Espaço Aberto (bloco 1) – Sonora Floripa SC

Relato de Processo do Sonora Floripa SC – Ciclo Internacional de Compositoras

Sonora Floripa SC (representada por Camila Durães Zerbinatti, Flora Holderbaum e Tânia Meyer)

 

Neste relato pretendemos compartilhar, a partir de nossas subjetividades, diferenças e semelhanças, um pouco do que foi o processo de mobilização, elaboração, construção e organização do Sonora Floripa SC, compartilhando os saberes e práticas vividos e construídos coletivamente neste processo.

A edição da Sonora em Florianópolis/SC surgiu para dar visibilidade à presença das MULHERES COMPOSITORAS no meio musical catarinense, reconhecendo e mapeando sua produção musical autoral em todas as vertentes musicais existentes no nosso estado. Além das apresentações das compositoras inscritas na Mostra de Palcos, abrimos inscrição também para as intérpretes em SC, por entendermos que as intérpretes são multiplicadoras das composições.

O evento ainda contou com um fórum temático abordando questões relevantes – como educação musical e gênero, acessibilidade às composições de mulheres, reflexões sobre o que já alcançamos em representatividade de mulheres na música em SC – e com uma mostra audiovisual com documentários e videoclipes sobre mulheres criadoras, compositoras e intérpretes em SC. Um ponto muito especial e comovente de nosso evento e do Fórum, foi a apresentação de Letícia Grala, professora de música da rede pública municipal de Florianópolis, com sua aluna Gabriela, Ventura, de apenas 13 anos.

Foram marcantes e característicos do evento a pluralidade, a diversidade, a inclusão, a coexistência das diferenças e dos/as diferentes, a representatividade, a colaboração, a valorização e o reconhecimento dos diversos saberes, práticas, formas de criar, ser e estar, na música e no mundo das mulheres da música em SC.

 

Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras – Florianópolis/SC

A Mostra Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras é um evento de alcance internacional e que integra uma rede global de mulheres na música que se fortalece cada vez mais. A edição da Sonora em Florianópolis/SC surgiu para dar visibilidade à presença das MULHERES COMPOSITORAS no meio musical catarinense, reconhecendo e mapeando sua produção musical autoral em todas as vertentes musicais existentes no nosso estado. Além das apresentações das compositoras inscritas na Mostra de Palcos, abrimos inscrição também para as intérpretes em SC, por entendermos que as intérpretes são multiplicadoras das composições, e tivemos a participação de 4 delas.  O evento ainda contou com um fórum temático abordando questões relevantes – como educação musical e gênero, acessibilidade às composições de mulheres, reflexões sobre o que já alcançamos em representatividade de mulheres na música em SC – e uma mostra audiovisual com documentários e videoclipes sobre mulheres criadoras, compositoras e intérpretes em SC. Um ponto muito especial e comovente de nosso evento e do Fórum, foi a apresentação de Letícia Grala, professora de música da rede pública municipal de Florianópolis, com sua aluna Gabriela Venturi, de apenas 13 anos de idade.

 

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Foto: Chris Mayer

 

 

foto-camila-dura%cc%83es-zerbinattiCamila Durães Zerbinatti

Nasci em São Paulo, onde comecei a amar a música ouvindo meu pai cantar, minha mãe cantarolar e adorando escutar um par de fitas cassetes e LPs vezes sem fim. Comecei a estudar música com Fátima Viegas e continuei meus estudos de piano com o mestre Armando Fava Filho. Me apaixonei pelo violoncelo quando o vi na apresentação de uma orquestra jovem no salão da Igreja São Francisco, Jaguaré. Não sei o porquê nem como, mas senti que queria muito tocar aquele instrumento, e aconteceu! Fiz licenciatura em música na USP, pós-graduações em música contemporânea e curso técnico em violoncelo na UFRN, me tornei mestra em musicologia-etno-musicologia na UDESC, continuando as pesquisas sobre música contemporânea e performance para violoncelo. Neste caminho descobri as mulheres compositoras e me descobri mulher e feminista. Sou educadora há 14 anos, trabalhando na educação infantil e instrumental, de crianças, jovens, adolescentes e adultos. Sinto que as coisas acontecem todas juntas: tocar, aprender, criar, educar, descobrir, sentir, pensar, pesquisar, vir a ser quem sou – aqui e agora, num fluxo contínuo.

 

flora_2Flora Holderbaum

É violinista, pesquisadora, compositora e poeta dos parêntesis. Seu trabalho envolve pesquisa e prática com poesia sonora, arte sonora e música instrumental. Faz parte do núcleo de Sonologia da USP, onde é doutoranda em Processos de Criação Sonora. Tem apresentado trabalhos em diversos eventos e locais no Brasil, entre eles a II Bienal de Curitiba (PR), EIMAS (MG), ENCUN (RJ-SP)e FIME (SP).

 

taniameyerTania Meyer

59 anos de idade, natural de Santa Maria/RS residente em São José/SC há 27 anos, compositora, cantora, atriz, contadora de histórias, pertence a Academia Brasileira de Contadores de Histórias- ABCH, com sede em Florianópolis, ocupando a cadeira de número sete, é professora no Instituto Federal de Santa Catarina-IFSC há 19 anos, trabalha com o coral e o teatro no ensino técnico integrado ao ensino médio. Atualmente está fazendo uma Especialização de Gênero e Diversidade na Escola – GDE de Ensino a Distância na Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, o trabalho desenvolvido trata sobre a transexualidade.

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Espaço Aberto (bloco 1) – Tania Meyer

Gênero e Diversidade em aulas de arte/teatro na escola: uma experiência pedagógica no IFSC

Tania Meyer

Eu vou apresentar um banner com o resultado deste trabalho sobre Gênero e Diversidade na Escola, onde eu trato a questão da transexualidade através da releitura do filme: “A Garota Dinamarquesa”, os alunos criam um esquete teatral e abordam temas como gênero, igualdade e identidade de gênero, preconceito, diversidade, orientação sexual, nome social, além da transexualidade, relacionando a importância da arte no trabalho com o conceito de gênero, no contexto escolar.

Tania Meyer

taniameyer

59 anos de idade, natural de Santa Maria/RS residente em São José/SC há 27 anos, compositora, cantora, atriz, contadora de histórias, pertence a Academia Brasileira de Contadores de Histórias- ABCH, com sede em Florianópolis, ocupando a cadeira de número sete, é professora no Instituto Federal de Santa Catarina-IFSC há 19 anos, trabalha com o coral e o teatro no ensino técnico integrado ao ensino médio. Atualmente está fazendo uma Especialização de Gênero e Diversidade na Escola – GDE de Ensino a Distância na Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, o trabalho desenvolvido trata sobre a transexualidade.

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Espaço Aberto (bloco 1) – Tania Mello Neiva

Como o campo da música experimental se configura em relação às mulheres criadoras – apresentação de resultados temporários de pesquisa de campo

Tania Mello Neiva

 

É uma apresentação dos resultados da pesquisa sobre a formação do campo da música experimental no Brasil e como esta se comporta em relação à participação feminina. Será expositivo com apresentação de dados relativos ao campo.

Quando falamos em música experimental podemos estar nos referindo a uma infinidade de práticas musicais diferentes. No caso da presente pesquisa o termo música experimental será usado em referência à práticas como: música de ruído, improvisação livre, utilização de objetos amplificados, circuit bending, paisagem sonora e algumas outras. Nessa comunicação pretendo fazer uma breve introdução explicando essas práticas através de exemplos. Em seguida apresentarei dados referentes à dinâmica de funcionamento desse campo. Através de depoimentos de produtores da cena, análise de programas de concertos/apresentações e de releases de cds e selos independentes pretendo mostrar como a cena tem se comportado nos últimos anos (aproximadamente 8 anos) em relação à presença feminina. É uma pesquisa ainda em andamento, portanto, os dados apresentados não serão definitivos. O intuito da apresentação é divulgar os dados já coletados e abrir para o debate.

 

tanianeiva
Foto: Gustavo Ferri

Tania Mello Neiva

Tânia Neiva tem atuado como violoncelista nos últimos 13 anos, especialmente com música antiga e contemporânea. Também tem experiência como educadora musical tanto como professora de instrumento (piano e violoncelo), como com musicalização infantil. É mestre em musicologia pela Unicamp (2006) e atualmente desenvolve sua pesquisa de doutorado na UFPB pesquisando mulheres criadoras brasileiras na música experimental. É orientada, em sua pesquisa, pelos pesquisadores professores Profa. Dra. Adriana Fernandes e Prof. Dr. Didier Guigue. É membro do coletivo de arte + um coletivo de arte, com o qual atua como performer, criadora e violoncelista. Também é membro da rede Sonora.

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Espaço Aberto (bloco 1) – Camila Durães Zerbinatti

Investigações iniciais sobre a condição de sujeito nômade em/de Kaija Saariaho: abordagem de questões de gênero feitas por uma compositora mulher em declarações públicas.

Camila Durães Zerbinatti

 

Neste artigo apresento reflexões analíticas de investigações iniciais sobre declarações públicas da compositora finlandesa Kaija Saariaho (1952-) nas quais questões de gênero são abordadas. Foram selecionados para análise preliminar trechos de entrevistas de mídia escrita/ impressa e declarações textuais de Saariaho que abordam situações e discussões de gênero na música. A análise segue o referencial teórico oferecido por MOISALA (2000, 2009, 2011) e BRAIDOTTI (1994, 2011). O objetivo da pesquisa é investigar a condição de sujeito nômade em/de Saariaho.

Saariaho têm se posicionado gradativamente mais direta e enfaticamente com relação ao gênero e às mulheres na música, o que acontece durante e logo após um período de notável e crescente reconhecimento e visibilidade de sua obra (os primeiros quinze anos do século XXI). Segundo Moisala, a compositora encontrou uma “outra” posição-de-sujeito-de-gênero (gender subject position) em sua história de negociação de gênero no mundo da música, predominante dominado e integrado por homens, que “é a posição do sujeito nômade. A posição do sujeito nômade não permanece dentro do sistema patriarcal da música clássica mas, ao contrário, o transforma.” (MOISALA, 2000, p. 185) 1 O conceito de sujeito nômade, cujas raízes estão em Deleuze e Guattarri, é aprofundado e (re)elaborado por Rosi Braidotti:

“O nômade expressa minhas próprias figurações de uma compreensão situada, culturalmente diferenciada do sujeito. (…) Enquanto eixos de diferenciação como classe, raça, etnia, gênero, idade, e outros interagem uns com os outros na constituição da subjetividade, a noção de nomadismo se refere à ocorrência simultânea de muitos deles de uma vez. Subjetividade nômade tem a ver com a simultaneidade de identidades complexas e multi-dimensionadas. Falar como uma feminista acarreta o reconhecimento da prioridade do gênero, em estruturar essas relações complexas.” (BRAIDOTTI, 2002: 10)

Pretendo conversar com as reflexões apresentadas a partir da minha voz mas também a partir de algumas improvisações-gambiarras ao violoncelo.

REFERÊNCIAS

  • BRAIDOTTI, Rosi. Diferença, Diversidade e Subjetividade Nômade, Tradução de Roberta Barbosa. labrys, estudos feministas número 1-2, julho/ dezembro 2002. http://www.historiacultural.mpbnet.com.br/feminismo/Diferenca_Diversidade_e_Subjetividade_Nomade.pdf Acessado em 27/10/2016.
  • MOISALA, Pirkko. Gender Negotiation of the Composer Kaija Saariaho in Finland: The Woman Composer as Nomadic Subject. In: MOISALA, Pirkko; DIAMOND, Beverley. (Editors). Music and Gender. Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 2000. p. 166- 188.

 

Camila Durães Zerbinatti

foto-camila-dura%cc%83es-zerbinattiNasci em São Paulo, onde comecei a amar a música ouvindo meu pai cantar, minha mãe cantarolar e adorando escutar um par de fitas cassetes e LPs vezes sem fim. Comecei a estudar música com Fátima Viegas e continuei meus estudos de piano com o mestre Armando Fava Filho. Me apaixonei pelo violoncelo quando o vi na apresentação de uma orquestra jovem no salão da Igreja São Francisco, Jaguaré. Não sei o porquê nem como, mas senti que queria muito tocar aquele instrumento, e aconteceu! Fiz licenciatura em música na USP, pós-graduações em música contemporânea e curso técnico em violoncelo na UFRN, me tornei mestra em musicologia-etno-musicologia na UDESC, continuando as pesquisas sobre música contemporânea e performance para violoncelo. Neste caminho descobri as mulheres compositoras e me descobri mulher e feminista. Sou educadora há 14 anos, trabalhando na educação infantil e instrumental, de crianças, jovens, adolescentes e adultos. Sinto que as coisas acontecem todas juntas: tocar, aprender, criar, educar, descobrir, sentir, pensar, pesquisar, vir a ser quem sou – aqui e agora, num fluxo contínuo.