Neste encontro, Eliana Monteiro da Silva vai relatar sua experiência ao participar do III Colóquio Ibermúsicas Chile, no qual representou o Brasil junto a outros 10 países da América Latina. O evento aproveitou o centenário da compositora e intérprete chilena Violeta Parra para pensar a situação da mulher na música em contextos diversos da América Latina. Participaram intérpretes, compositoras, sociólogas e antropólogas. A participação brasileira foi indicada pela FUNARTE.
Cada palestrante apresentou um aspecto da mulher na música de seu país. A fala de Eliana intitulou-se “Compositoras brasileiras no contexto da música erudita: uma história de luta contra a invisibilidade”. Vinte compositoras foram mostradas para dar uma ideia da representatividade da mulher na composição erudita brasileira. A atuação da rede Sonora para romper o cerco de invisibilidade que envolve as musicistas brasileiras em geral, e na composição em particular, foi mostrada na última parte da palestra de Eliana no colóquio.
A pauta que ficou para hoje foi a escolha de textos sobre feminismos para GE, conversa sobre projeto com violonistas idealizado por Pauliane Amaral e flyers dos eventos futuros.
Sobre o projeto da Pauliane Amaral, conversamos com o Luciano Cesar e com a Carolina Andrade, violonistas, a respeito das possibilidades e dificuldades de mandar um projeto como este para o Itaú Cultural.
Luciano apontou que, em geral, um edital deste porte pede gravações e materiais com grande parte já pronta, sendo que a deadline é em princípio de novembro.
Carolina opinou que talvez seja mais fácil planejar uma gravação do que uma serie de recitais, já que seria mais simples orçar um estúdio do que varias salas de concerto pelo país (como parece ser a ideia original da Pauliane).
Os três foram postos em contato via email para discutir o projeto. A Sonora se dispõe a ajudar no que for necessário.
Sobre as atividades pensadas para o calendário, a data programada para a flautista Sylvia Hinz terá que ser revista. Ela não poderá estar no dia 13/11.
Foi decidido que fica uma edição do Vozes com a Flora Holderbaum no dia 13/11.
Outras datas então terão que ser modificadas em função desta mudança. A princípio o calendário foi repensado da seguinte forma:
02/10 Visões com Eliana
16/10 R.O. Selecionar textos para mandar para a seção Reading do WISWOS
23/10 GE com Vozeiral e Coletivo Feminista (provável)
30/10 Vozes com Renata Roman ou Visões com Antonilde Rosa
06/11 Idem
13/11 Vozes com Flora
27/11 Encerramento
Em relação aos flyers, Ariane se ofereceu para fazer o do próximo Visões, de Eliana. Foi enviado para ela a imagem e o release do evento. Davi ficou de colocar o post da Visoes no FB e no site.
Outra atividade realizada foi a troca da imagem de capa do site e correção de alguns posts antigos, bem como colocar algumas publicações da rede no Facebook. Mariana ficou de refazer os links das transmissões antigas.
Lilian retomou o assunto da participação da Sonora no WISWOS, lembrando que há neste site uma aba para inserir textos sobre mulheres na música experimental e/ou contemporânea. Ficou decidido que faremos um levantamento de textos para este fim.
Lilian também ficou de fazer um doodle para resolver a data da participação da flautista.
Próxima reunião
Série Visões com Eliana Monteiro da Silva: “MÚSICA E MULHER NA AMÉRICA LATINA: RELATOS SOBRE O III COLÓQUIO IBERMÚSICAS CHILE”.
Resolver data da participação da Sylvia Hinz e outras pendências.
De acordo com a reunião passada, a pauta de hoje enfoca o calendário de atividades da rede até o fim de 2017. Havia sido sugerido agendar uma entrevista da serie Vozes com a Renata Roman, uma da serie Visões com Eliana sobre o Colóquio do Chile, um GE sobre feminismo (com texto a escolher) e a participação da alemã que vem para o FIME.
Foram pré-agendadas as seguintes atividades:
25/9 – Operacional. Escolha de textos sobre feminismos, conversa com a Pauliane sobre projeto com violonistas e flyers dos eventos futuros. Foi enviado um e-mail convidando a Pauliane a participar da próxima reunião por hangout.
Quanto aos textos, é desejável que quem puder envie e sugestões na lista.
02/10 – Visões com Eliana
16/10 – GE sobre feminismos (possibilidade de ser com grupo Vozeiral e coletivo feminista)
23/10 – Vozes com Antonilde ou Renata Roman ou Flora
30/10 – Operacional
06/11 – Vozes com Antonilde ou Renata Roman ou Flora
13/11 – Encontro com a flautista Sylvia Hinz
27/11 – Encerramento
Além do calendário, durante a semana passada surgiram algumas sugestões de atividades:
Postar o áudio realizado por Isabel a partir da Homenagem-manifesto sonoro para Mayara Amaral apresentada no Congresso da ANPPOM 2017 no site da Sonora. Mariana fez um post na aba “Projetos” do site, na qual constam: o texto redigido por Eliana, Camila, Tânia e Isabel para contextualizar o áudio; a imagem de Mayara com o título “Que sua partida não seja silêncio”; o texto de Eliana lido por Isis no congresso e o texto de Camila publicado pelo Portal Catarinas.
Foi postado o link do projeto Mayara Amaral na página da rede no Facebook.
Lilian ficou de postar um post sobre a parceria da rede com a WISWOS no site, para depois colocarmos um link na página do FB.
Flora ficou de fazer o convite à Antonilde para Vozes, se possível quando ela vier a SP.
Próxima reunião
Escolha de textos sobre feminismos para GE, conversa sobre projeto com violonistas idealizado por Pauliane Amaral e flyers dos eventos futuros.
por Rede Sonora no XXVII Congresso da ANPPOM 2017 – texto escrito por Eliana Monteiro da Silva e lido por Ísis Biazioli
A rede “Sonora – músicas e feminismos”, vêm apresentar seu profundo pesar e consternação frente ao assassinato brutal da violonista e pesquisadora Mayara Amaral, ocorrido no dia 24 de julho de 2017.
Mayara era nossa colega, parceira de trajetória, professora e musicista dedicada à pesquisa do repertório, para seu instrumento, composto por mulheres. Com artigo sobre o assunto aprovado neste Congresso, esta jovem de 27 anos faria também uma performance, em que ampliaria nosso conhecimento e nos encantaria com obras pouco ou nada conhecidas do público em geral.
Tal desconhecimento merece destaque neste documento por reafirmar o descaso, enraizado em nossa sociedade, à necessidade das mulheres de se expressarem e de serem ouvidas, respeitadas, levadas em consideração.
Mayara Amaral estava engajada nesta luta de maneira responsável e profissional, interpretando com alegria e fidelidade as autoras que divulgava, também, em sua produção bibliográfica.
Embora sua presença física não esteja mais entre nós, pleiteamos que seu destino trágico possa impedir futuras barbaridades como a de que foi vítima, mediante ações afirmativas de combate à vulnerabilidade das mulheres na música e na vida – especialmente ao feminicídio-, bem como exigindo respeito e justiça nas investigações.
O dia 24 de julho de 2017 ficará para sempre marcado na mente, corpo e alma de muitas mulheres brasileiras, especialmente as mulheres da música. Este foi o dia em que Mayara Amaral, violonista e pesquisadora da obra violonística criada por mulheres foi vítima de um feminicídio. Mayara era nossa colega na música, parceira de trajetória, professora e musicista dedicada à causa feminista na música. Quando foi brutalmente assassinada, se preparava para apresentar trabalho escrito e performance no Congresso ANPPOM 2017, evento de grande importância para a comunidade musical acadêmica.
A Rede Sonora – músicas e feminismos se empenhou em manifestar sua consternação através de diferentes ações de diferentes participantes, feitas em nome da Rede, como o texto “Pela Memória de Mayara Amaral, pelas vidas das mulheres na música e no mundo: #NenhumaAMenos”Pela Memória de Mayara Amaral, pelas vidas das mulheres na música e no mundo: #NenhumaAMenos”, de Camila Durães Zerbinatti, publicado pelo Portal Catarinas; o texto de Eliana Monteiro da Silva, que reivindica respeito e seriedade nas investigações sobre o crime hediondo que ceifou a vida de Mayara, assim como atenção para as diversas violências de gênero contra as mulheres, como o feminicídio, lido durante a performance colaborativa da Rede no Congresso da Anppom, e, a peça sonora que aqui disponibilizamos.
“Que sua partida não seja silêncio”
Esta peça sonora foi criada a partir de um convite da coordenação do citado Congresso da ANPPOM de 2017, na pessoa do professor Alexandre Zamith Almeida, para que a Rede Sonora realizasse uma performance artística no horário em que seria a apresentação da violonista Mayara Amaral no congresso. A performance foi realizada de forma colaborativa onde, a partir de um convite amplo, as participantes da rede Camila Zerbinatti, Carolina Andrade, Eliana Monteiro da Silva, Mariana Carvalho, Tania Neiva e Valeria Bonafé gravaram áudios relacionados com o feminicídio ocorrido com Mayara.
Este material foi processado por Isabel Nogueira, que também tocou sintetizadores, e transformou-se em uma criação sonora de 20 minutos, da qual esta peça é uma versão reduzida.
No momento da performance no congresso, foram realizadas improvisações por Mariana Carvalho, Flora Holderbaum e Isabel Nogueira sobre a peça sonora. Isis Biazioli leu o texto de Eliana Monteiro da Silva, que está disponível no site da Rede Sonora.
Áudios e vozes: Camila Zerbinatti, Carolina Andrade, Eliana Monteiro da Silva, Mariana Carvalho, Tania Neiva e Valeria Bonafé.
A reunião de hoje não tinha uma pauta definida, uma vez que o último encontro enfocou a participação da rede na Assembleia da Anppom e no manifesto sonoro a ser realizado no mesmo congresso. Desta forma, foram discutidos os temas:
Organização da rede: foi sugerido retomar as atividades regulares da Sonora, paralelamente à chamada para a reunião extra feita pela Tania por e-mail para redefinir a organização da rede.
Quanto à reunião extra, ficou-se de reafirmar o convite por e-mail e completar o docs iniciado pela Valéria.
Carta em resposta à Revista Concerto: foi sugerido que redigíssemos uma carta contestando o artigo escrito pelo Júlio Medalha sobre o “Negro no Brasil”.
Carta em repúdio à suspensão da exposição de arte Queer patrocinada pelo Santander: foi sugerido que também nos manifestássemos contra este triste episódio.
Além destes tópicos, Mariana contou sobre a realização do manifesto sonoro em memória da Mayara Amaral no congresso da ANPPOM. Flora disse que há interesse do coletivo feminista em divulgar o áudio e/ou o vídeo do manifesto.
Foi lembrado que a Isabel se dispôs a fazer um arquivo conciso do manifesto sonoro para ficar no site da rede. Também foi citado que a Leila faria um vídeo para circular.
Eliana contou sobre sua experiência no III Colóquio Ibermúsicas Chile, realizado em Santiago. Ela pontuou a constatação de que, apesar de o convite aos 11 países que participaram do evento não ter sido restrito a mulheres, somente mulheres se dispuseram a apresentar trabalhos, o que mostra que são as mulheres que pesquisam sua participação na música. Também foi interessante notar que este interesse pela militância feminista se estendia a outros campos, como por exemplo o latino-americanismo, a inclusão racial e social.
Foi sugerido que esta experiência seja apresentada com mais detalhes em algum evento futuro da rede.
Lilian contou sobre a parceria que ela firmou em nome da Sonora com a WISWOS, WOMEN IN SOUND, WOMEN ON SOUND. Lilian disse que tomou esta atitude animada por sua participação num evento do Wiswos há alguns anos. O logo da Sonora, assim como o acesso ao site da rede, está entre os parceiros da Wiswos.
Foi sugerido que a Lilian contasse sobre esta parceria na lista de e-mails.
Lilian também contou sobre a flautista alemã, Sylvia Hinz, que virá ao Brasil participar do FIME. Ela enviou várias propostas para apresentar na Sonora, entre recitais-palestras, sessões de leitura de obras musicais de compositoras (es) brasileiras (os), palestras sobre mulheres na música, sobre música experimental, etc.
Próxima reunião
Calendário até o fim de 2017. Existem convidadas pendentes para Vozes, como a Renata Roman, Eliana para Visões, GEs sobre feminismo (fechar um texto), participação da alemã.