Trabalho comissionado pelo projeto Weaving music for radio (UNESCO).
Participação: Vinicius Portes (bombo), Débora
Bergamo (voz), Ricardo Ross (flauta), Sergio Albach (clarinete), Dhiego Lima
(violino) e Shante Cabral (violoncelo).
Vozes de Valéria Muelas Bonafé, Maria Angélica
Bonafé, Maria de Lourdes Cardoso, Cristina Maria de Campos Bonafé, Margarete
Maria de Campos Bonafé, Daniela Muelas Bonafé, Mariana da Silveira Bonafé e
Maria Izabel Bonafé Fugimori.
Chico
falou da Anna Talebi, que vai se apresentar no EDA no mesmo dia das Jazzmin’s
(1/7). Parece que ela vai usar outra sala e à tarde, mas será no mesmo período
em que vamos montar e passar o som das Jazzmin’s. Precisamos ver como um evento
não atrapalha o outro.
Após
conversa, a Ana Talebi disse que vai adiantar a apresentação dela.
Radio
Manon
ficou de terminar o podcast esta semana.
Gravação
com a Carol foi feita hoje.
Mariana
já inscreveu no projeto da Bolívia.
Manon e Mari já receberam
as fotos da Alma Laprida da Valéria Bonafé para a capa do programa no
soundcloud.
Soundcloud: como não
temos conta paga, pode-se usar o gratuito que dá direito a 3 horas de gravação por
ano.
Concerto das Jazzmin’s
A
separação dos materiais com o Pedro foi pensada para sexta-feira a partir das
14:00 hs no CMU.
Definir
equipe da sexta e da segunda:
Sexta
a partir das 14:00: Eliana, Pedro, Tide, Marina, talvez Carol.
Segunda
de manhã (a partir das 10:00): Chico, Dani, Tide, Pedro (Tide), Marina, Lilian (talvez).
Segunda
a tarde (a partir das 14:00): Eliana, Carol, Guilherme, Tide, Lilian, Manon,
Davi (talvez).
Terça
tem que vir arrumar os materiais nas salas. Quem pode?
Cartão
de memória: Marina tem 2 de 32 GB. Ela ficou responsável por ver o que tem de
material ou ir atrás com o pessoal do NuSom.
Go
pro: 3, do Rui, do NuSom e da Marina.
O
ensaio das Jazzmin’s na segunda precisa ser marcado com elas (já foi enviada mensagem).
Eliana
fez roteiro de perguntas (conversa).
Carol
vai ficar na gravação de vídeo. Talvez Lucia.
Lilian,
Tide e Manon vão gravar o áudio. Se a Manon quiser trazer o computador dela
para gravar com o Logic pode ser.
Valéria
poderia ficar na apresentação do evento, das meninas e tal.
Eliana
ficou de ligar para o Marçal para confirmar tudo. É preciso perguntar o que
tem:
1.
estantes (20)
2.
1 mesa para som e 2 mesas para comidinhas
3.
cadeiras (o que tiver)
4.
Confirmar a chegada as 10:00 hs no dia 1/7.
5.
Ver se pode servir comidinhas e café no espaço.
Projeto NuSom
Tide
mandou lista com estimativa de preços dos equipamentos para email da Sonora. Falta
orçar alguns itens.
Foi
enviado um docs para que todxs colaborem e ampliem a lista.
Orçamento projeto NuSom. É preciso listar equipamentos para o projeto Sonora/NuSom e colocar alguns orçamentos, para a semana que vem. Tide ficou de pensar e ver alguns preços, mas todxs precisam levantar necessidades. Mandar por email à Lilian, pelo grupo novo.
Carta Fraldário: foi redigida uma carta para ser enviada à Direção da ECA, requisitando a colocação de um trocador na ECA. A carta foi lida na reunião. Foi sugerido enviar a carta, inicialmente, ao Diretor da ECA e, num segundo momento, ampliar a divulgação desta carta. Foram feitas algumas considerações ao texto e ficou combinado de enviar a carta em nome da Sonora, pelo email da rede.
Foi sugerido fazer uma nova roda de conversa sobre maternidade no segundo semestre, bem como pensar em GEs e eventos em torno do assunto. Valeria pesquisou o tema maternidade e vida acadêmica e descobriu vários artigos e trabalhos sobre a temática.
Mariana contou sobre o convite que recebeu para mandar o programa de radio para um projeto da Bolívia. Este projeto deve ser enviado até dia 20/6.
Foi falado sobre a definição da rede Sonora no site, que está defasada do que acontece atualmente em termos de atividades, posicionamentos, além da própria equipe organizadora das atividades regulares.
Concerto das Jazzmin’s
Para a produção do concerto, foi sugerido elaborarmos um plano A ideal e um plano B, mais emergencial. O espaço tem cadeiras, não para todas as pessoas do público, mas para as mais idosas. A juventude pode sentar no chão, se precisar.
Podemos disponibilizar a mesa de som Maki 1604 (com 4 subgrupos), multicabo, cabos longos, pedestais, microfones e caixas de som amplificadas. Tudo tem que ser preparado na sexta-feira a tarde. Na segunda precisamos vir com carros para transportar tudo para o EDA.
Precisaria pedir um cubo para a equipe do EDA.
São 17 musicistas.
Marina ficou de fazer o flyer e cartaz.
Eliana ficou de imprimir cartazes. Quem vai espalhar pela USP?
Mariana ficou de criar o evento no facebook.
Eliana ficou de postar no site.
Manon fez o rider do concerto.
Definir equipe da sexta-feira 28/6 a partir das 14:00 hs.
Eliana ficou de ligar para o João Bandeira para pedir a Sala de Música do EDA desde o período da manhã. A montagem teria que ser feita na segunda de manhã, para que as Jazzmin’s pudessem ensaiar a partir das 14:00 hs. O concerto será as 18:00 hs. Caso não possamos entrar de manhã na sala, o concerto terá que ser à 19:00 hs.
Equipe da segunda tem que chegar de manhã. A noite também precisa da equipe para desmontar tudo e levar os materiais de volta.
Lucia precisa ser escalada para filmar.
Eliana ficou de preparar um roteiro de conversa com as Jazzmin’s e trazer na semana que vem.
Carol poderia ver se o pessoal do CRUSP iria ao concerto.
É preciso verificar como podemos servir café e comidinhas, se há mesa no local, etc.
Radio
As gravações sobre os
assuntos que faltavam foram realizadas com êxito. Manon e Mariana se
responsabilizaram por editar e colocar tudo no formato de podcast.
Manon falou sobre a
possibilidade e o desejo de divulgar esse podcast via soundcloud para ampliar o
alcance, inclusive para outros países.
Foi sugerido que Manon
enviasse o podcast por email, para que todxs pudessem ouvir várias vezes em
casa e trazer suas impressões na reunião que vem.
Para a capa do programa no
soundcloud, foi pedido uma foto da Alma Laprida e uma da Valéria Bonafé.
O soundcloud teria o nome
Sonora – músicas e feminismos, e cada podcast teria o título “Episódio 1”, “E2”,
etc.
Carol precisaria gravar
uma fala dizendo que os créditos e informações sobre intérpretes e equipe técnica
responsável pelo programa estão disponíveis no link XXXX, que será o endereço
do soundcloud da Sonora.
Para este GE, Chico
preparou uma leitura de tarot a ser realizada no início desta reunião. Porém
esta atividade ficou para o final do encontro, depois das leituras e discussões.
A Jota é uma autora não
binária que realiza estudos queer, mora em Lisboa, mas tem fortes raízes no
nordeste do Brasil. Chico conta que ela nasceu em 1991. Em uma de suas
biografias aparece a necessidade da leitura não como inserção no quadro intelectual
dominante. Ela estuda teorias hipercríticas, mais diagonais.
Jota traduziu o livro Parable of the Sower, de Octavia E. Butler. O texto deste GE foi o ensaio-resenha que a autora escreveu para o livro, do qual Lauren Olamina é a personagem principal.
Chico fez algumas perguntas
relacionando este texto com dois vídeos de Donna Haraway previamente
escolhidos por ele: um fragmento e um trailer do documentário story
telling for earthly survival. Ele cita outro vídeo desta última, realizado
no Encontro “Os mil nomes de Gaia”.
Donna
Haraway é antropóloga, autora de “A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the
Late Twentieth Century.” Ela tem um olhar fundado na
religião.
De acordo com Chico, o princípio norteador desta exposição é a questão
do fim do mundo. Jota se diz negra, num corpo que Chico chama de “monstro-política”.
Ele pensou num texto curto para que possamos fabular sobre ele.
Chico diz que Donna Haraway faz uma imagem do fim do mundo com raiz em
sua fé católica. Sua visão é diferente da de Jota no que diz respeito ao fim de
mundo (Jota pensa em fins de mundo, no plural).
De alguma maneira este texto nos remeteu ao texto que lemos no último
GE, Hydrofeminism. O anterior dizia respeito a um outro tipo de apocalipse, o
do envenenamento das águas e, portanto, de todos os seres vivos.
Jota traz questões sobre ser negro(a), sobre políticas decoloniais,
tempos múltiplos. Pensar no fim como continuidade da vida. Donna Haraway fala
do tempo pós-colapso.
Chico formulou as seguintes perguntas:
O que é poder pensar o fim?
O medo do fim seria o medo do fim de uma realidade dominante? O pudor de
lidar com o fim estaria relacionado ao modus
operandi patriarcal e colonialista? Pensando em mitos raciais, de gênero,
que são fundadores de uma historicidade dominante.
Modus fabulatórius. Os mundos fraturados fabulam a continuidade do fim.
Negros(as) entraram no mundo acadêmico pelas fraturas dos sistemas.
As narrativas da palavra mulher também estão repletas de fraturas.
Estudos para fugas indefinidas, sem finalidade.
Sobre o vídeo da Donna Haraway, ela fala sobre a fabulação que existe na
academia, e também das contadoras de histórias, como mães e/ou pais para filhas(os),
etc.
Quando há pressões fascistas, estas impedem que se crie fins de mundos,
cerceia a criação artística, impõe uma disputa de imaginário. A fabulação está
ligada à liberdade, ou liberdades, como uma rebeldia. Surgem outras fabulações:
Existem muitas lógicas atuando ao mesmo tempo.
Temer o fim do mundo seria também superestimar a nossa espécie, como se
fôssemos mais importantes que as demais espécies.
O tarot:
Chico pediu a cada uma de nós para pensar um desejo individual e um para
o grupo. Tiraremos 2 cartas cada, olharemos sem virar, e dar a ele. Depois ele
vai interpretar e nos dar a devolutiva.
É preciso tirar com a mão esquerda. Quem quiser começa. Num segundo
momento ele vai misturar as cartas sem saber qual é de quem.
Chico fez uma leitura de todas as cartas no contexto da rede Sonora. Foi
uma experiência muito intensa e interessante!
A rede Sonora recebeu hoje o grupo Vozes Inaudiáveis.
Elas participaram da serie Visões, em que pessoas que estudam e trabalham com
obras de mulheres contam sobre seus trabalhos.
Elas contaram como surgiu o grupo, com três integrantes, a partir do PET
: Programa de Ensino Tutorial, coordenado pelo Prof. Maurício De Bonis, na
UNESP. Este programa é apoiado pelo MEC para desenvolver atividades de extensão,
com a finalidade de aproximar a universidade de outras comunidades não acadêmicas.
O grupo começou pesquisando compositoras na universidade, na biblioteca,
em sites, fazendo um levantamento de quantas partituras eram disponibilizadas e
outros aspectos ligados à temática. Foram entrevistar a compositora Denise Garcia,
que lhes deu algumas partituras e incentivou o grupo a apresentarem uma peça
vocal para quatro vozes. E assim a peça foi interpretada em recital por quatro
cantoras.
O nome veio da questão de as mulheres compositoras terem suas vozes
silenciadas, inaudíveis. Ao mesmo tempo, o grupo queria expressar a urgência de
divulgar o quanto antes, o que parecia uma empreitada inadiável. A fusão destas
ideias se configurou no título Vozes Inaudiáveis.
O grupo tem encontros semanais, em que organizam recitais com obras de
mulheres, e fazem também intervenções pontuais na UNESP. Uma delas foi colar
cartazes em locais visíveis do Campus, com dizeres como “Voce sabia que a irmã
do Mozart era compositora? Já ouviu alguma obra dela?”.
Começaram a organizar recitais com repertório voltado às mulheres. O
primeiro concerto, realizado na UNESP, se chamou “Concerto Delas”. Abriram uma
chamada para alunxs e professorxs e receberam oito propostas, sendo a metade de
autoria de membros do próprio grupo. Elxs acham que há bastante resistência por
parte dxs intérpretes, devido, tanto ao preconceito, quanto ao acúmulo de
atividades que elxs têm no currículo.
Outra atividade é a de colocar cartazes com fotos e biografias resumidas
em cavaletes pela universidade. Também nas redes sociais o grupo interage, como
a realização de “quizes” sobre compositoras e obras, semanalmente, no Instagram
(todo sábado).
As “Vozes” também fizeram uma intervenção chamada “Onde não estão as
mulheres na música”, em que colaram papéis coloridos com nomes de mulheres
tidas como referências musicais na vida dxs alunxs. Contaram que se inspiraram
na intervenção feita pela Sonora anteriormente. Foram preenchidos mais de cem
papeis, que ficaram expostos na parede. A recepção foi, em sua maioria,
positiva. Alguns alunos comentaram negativamente sobre a atividade, dizendo que
o grupo queria somente chamar atenção.
Foi perguntado ao grupo se as mulheres participantes compõem. A resposta
foi que poucas estudam composição, mas já houve peças delas executadas nestes
recitais. O grupo citou a inibição em mostrar composições próprias no contexto
das aulas e da universidade em geral. Foi consenso que alunas se sentem mais
cobradas a apresentar resultados de alto nível do que os alunos.
O grupo “Vozes Inaudiáveis” não pensa em convidar professorxs porque imagina
que estxs são muito ocupadxs para fazer parte. No início seus(suas) integrantes
pensaram em abarcar também as artes plásticas, o que depois se mostrou
excessivo. Uma professora das artes se interessou, mas depois o contato se
esvaiu.
Em relação à música eletroacústica, o grupo disse que tem dificuldade
para executar. Não há instrumentos e aparelhos disponíveis, e o laboratório é
restrito ao uso de compositorxs ligados ao professor responsável.
As “Vozes” conheceram a compositora Nilcéia Baroncelli por meio do
regente Lutero Rodrigues. Uma das integrantes pediu a ele referencias de
compositoras e partituras. Lutero mencionou a Nilcéia como uma especialista no
assunto, mas não passou seu contato. Coincidentemente, uma das meninas do “Vozes”
foi assistir à orquestra de cordas Laetere, da regente Muriel Waldman, e
encontrou a Nilcéia. Depois disso foi organizado um encontro com ela na UNESP,
do qual Eliana participou representando a Sonora.
Apesar de se interessarem pela pesquisa sobre mulheres na música, as meninas
do “Vozes” sentem que o mais importante é estar em grupo para atenuar as decepções
e angústias. Chamaram algumas vezes o Coletivo feminista da UNESP para fazer
grupos de estudo. Estas ocasiões não se repetiram muitas vezes. Foram lidos
textos da Ângela Davis, entre outros.
O grupo se mobilizou também para realizar ações ligadas a Direitos
Humanos. Porém, ao tentar discutir assuntos como assédio e violência na
instituição perceberam que é um terreno pantanoso, apesar de encontrarem
receptividade por parte da Comissão de Direitos Humanos do Instituto de Artes
(IA).
Foi comentado como é complicado lidar com denúncias no Departamento. As
pessoas que querem denunciar têm que assumir a autoria. Foram informadxs que a
universidade não conta com assistência emocional, física ou jurídica. Ainda que
a denúncia seja aceita, não há como impedir um professor ou colega de conviver
com a pessoa que se sente vulnerável.
As “Vozes” citaram um contato que tiveram com a compositora Vania Dantas Leite,
que faleceu antes que o grupo conseguisse organizar um concerto com suas obras.
A Sonora também compartilha este interesse, para o que sugeriu fazer uma
parceria entre os grupos. Lilian contou que travou contato com a família da
compositora no fim do ano passado, mas que neste ano a conversa não foi
retomada. Este é um desejo que pode ser realizado coletivamente.
Foi lembrado que, no ano passado, as “Vozes” vieram conhecer a Sonora. Perguntamos
em que este contato reverberou para suas atividades. Foi mencionado que a
Sonora tinha uma organização de atividades que inspirou o grupo a pensar suas
ações.
As Vozes Inaudiáveis deixaram claro que têm muita energia e potência, em relativamente pouco tempo de atuação já fizeram diversas atividades. Estão de parabéns, e a todxs do grupo desejamos muito sucesso!!