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Ata da 20ª Reunião – GE – (20/06/2016). Texto: “A espessura da sonoridade – entre o som e a imagem”, de Rodolfo Caesar

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  • O Grupo de Estudos deste encontro foi dedicado à preparação da próxima entrevista da série Vozes com a compositora Valéria Bonafé, marcada para o dia 27/6. O texto lido e discutido foi indicado previamente por Valéria, juntamente com outros de sua própria tese de Doutorado – assunto que ela abordará na entrevista. Ela sugeriu também algumas peças musicais para escuta. Durante o encontro foi ouvida a composição Trem Pássaro, da brasileira Denise Garcia.
  • Valéria contou que escolheu o texto “A espessura da sonoridade – entre o som e a imagem”, de Rodolfo Caesar, entre vários que ela estudou sobre o tema durante seu Doutorado na ECA-USP. Ela explicou que a ideia de som passou a ser bastante instrumentalizada nos últimos anos, tornando-se muito abstrata. No texto selecionado, Caesar discute o afastamento de uma noção mais holística do fenômeno sonoro – que separa, por exemplo, som e imagem – colocando uma perspectiva mais abrangente e menos operacional.
  • Caesar critica o uso de uma técnica de desestruturação do som como legitimação de uma teoria voltada para as qualidades deste som. O autor chama atenção para a existência de duas forças no som: uma centrípeta, que se volta para o seu “miolo”, e outra centrífuga, que se coloca abrangente e com potencial de superar barreiras.
  • Entre outros aspectos discutidos após a leitura do texto de Caesar, um foi o fato de que escutar é formar imagens. O que se tem observado é uma separação da prática da escuta e da formação de imagens. Em nome da chamada “escuta reduzida”, bastante disseminada por Pierre Schaeffer, as sonoridades são filtradas de seu contexto e das emoções ou ideias que possam sugerir. Foi concluído que este procedimento é feito em nome de um protecionismo à própria arte musical.
  • Foi comentada também a existência de uma estética que evita que os títulos das obras remetam-se a assuntos que extrapolem a própria música. Os títulos de músicas eletroacústicas são, majoritariamente, assépticos, como Chorus n. tal, Estudo n. tal, etc. Esta postura pretende criar uma redoma inacessível em torno da criação musical, para dar-lhe status de ciência. Este procedimento hierarquiza os tipos de composição, como se algumas fossem mais “cerebrais” ou estruturadas que outras.
  • Caesar questiona a contraposição dos termos som e imagem, que para ele são a mesma coisa. Embora o som seja ligado à percepção – por todos os sentidos – os musicólogos se empenham em reduzi-lo a uma escuta timpânica.
  • Assim como Caesar, outros artistas se surpreendem com a separação do som da imagem. A compositora Saariaho, que tem trabalhos focados na amplitude sonora, diz que também não separa som e imagem.
  • A compositora Denise Garcia tem um artigo chamado “O som por metáforas”, em que ela fala de sua obra e da importância da metáfora no seu processo de composição. Para Denise, as palavras estimulam a criação. Em seu artigo ela conta da experiência e dos estímulos para sua peça Trem Pássaro.
  • O encontro terminou com a audição de Trem Pássaro, de Denise Garcia.

 

Tarefas para a última semana de junho

  • Foi combinado que a Eliana enviaria uma chamada à lista para ver quem quer participar do Sonora Compositoras entre 26 e 30/7/2016
  • Foi sugerido colocar a Sarah em contato com a Larissa para combinar apresentação (performance) no festival Sonora Compositoras
  • Ficou combinado que a Eliana elaboraria e lançaria perguntas à lista para estruturar uma fala na mesa de discussão sobre “a mulher compositora na indústria cultural” no festival Sonora Compositoras

 

Planejamento da próxima reunião – Série Vozes – dia 27/06/2016

  • Serie Vozes com Valéria Bonafé