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Ata da reunião de 11/06/2018 – Vozes com Paola Picherzky

Paola é argentina, nascida em Mendoza. Mestre em música pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), é Doutoranda no programa de Pós-Graduação da ECA-USP e professora nas Faculdades Santa Marcelina, FMU/FIAM/FAAM e Fundação das artes de São Caetano do Sul.

Sua dissertação de Mestrado intitula-se “Armando Neves: Choro no violão paulista”. O choro é uma marca importante em seu trabalho, Paola participa do grupo Choronas desde 1995.

Paola toca violão desde criança, tinha um violão verde por ser palmeirense. Seu primeiro professor não foi decisivo na escolha da carreira musical, mas ela quis se graduar em violão e se tornou concertista. Fez a Fundação das Artes e a Faculdade Carlos Gomes. Durante a faculdade teve apoio da família, principalmente da mãe, e assim que se formou ingressou como docente na Fundação das Artes.

Sempre se preocupou com a relação professor-aluno e se esforçou muito para ser digna da responsabilidade de lecionar violão. Estudou o método Kodally na Hungria. Sua pesquisa de Doutorado enfoca esta relação, pensando no ensino de violão em grupo.

O grupo de cordas Chorona surgiu por iniciativa de uma amiga, que queria montar um grupo de mulheres no choro. Uma das primeiras apresentações foi no SESC e atraiu um público significativo. Desta apresentação surgiram convites para concertos, que se tornaram frequentes. Começaram a pensar na estrutura do conjunto, roupas que deveriam usar, programa, gestualidade, divulgação. Até 3 anos atrás o grupo se mantinha o mesmo, agora algumas foram substituídas por se interessarem em seguir outros caminhos.

A prática da performance solo seguiu-se paralelamente, assim como a atividade didática. Paola entrou na Faculdade Santa Marcelina para dar aulas de música erudita e popular. A pesquisa acadêmica se deu pela necessidade profissional, mas ela fez questão de investigar peças musicais que pudesse agregar a seu repertório violonístico.

Assim nasceu a dissertação sobre Armando Neves, orientada pelo professor Ikeda. O material desta pesquisa veio do arquivo do músico Colibri, do Clube do Choro. Paola digitalizou toda a obra de Armando Neves, além de gravar um CD com música do compositor. Nos 50 anos da Fundação das Artes ela apresentou obras dele na Sala São Paulo num evento comemorativo da instituição (https://www.youtube.com/watch?v=RkBj5SqJ0kQ&feature=share).

Um dos motivos do grupo Choronas seguir ativo, segundo Paola, foi a preocupação da integrante Roseli Câmara, com seu formato e estrutura. Roseli vinha do Teatro e acabou saindo, mas as Choronas mantiveram a rotina e a disciplina de gravações. O último CD delas é “Choronas em Sampa”, mas tem diversos outros. Para se atualizar nas mídias elas gravaram um clipe em homenagem a São Paulo. A composição do clipe, “Choronas em Sampa”, é da integrante Ana Claudia Cesar (https://www.youtube.com/watch?v=EGgbrX724No).

As Choronas fazem um trabalho pedagógico de formação de plateia. Já o apresentaram em diversos CEUS, assim como em escolas particulares como o Santa Cruz. Participaram de evento criado pela AVON, tocando o Corta-Jaca de Chiquinha Gonzaga com uma orquestra de mulheres (https://youtu.be/2ln0U3G7Zu4).

 

Em relação à política de afirmação das mulheres

Choronas é o 1º grupo de choro formado por mulheres. Apresentando, entre outros, mulheres como Chiquinha Gonzaga, elas enfatizam a importância de romper o círculo machista de certos ambientes como o do choro.

Elas já ouviram comentários do tipo “elas tocam como homens”, mas sentem que tem mesmo que sair da zona de conforto e ocupar espaços. Paola tem várias alunas e se sente bem em ser inspiradora através da pedagogia e de seu exemplo pessoal – mãe, mulher, musicista, pedagoga.

 

Na pedagogia

Paola dá aulas nos cursos de Bacharelado e de Licenciatura. Com estas atividades ela diz que aprendeu muito, até em relação a intérpretes de outros instrumentos que estudam violão.

Ela trabalha também com crianças através de uma ONG israelita. Lá ela desenvolve a musicalidade das crianças, além da relação das mesmas entre si.

Idealizou e implantou o projeto “Ensino coletivo de violão”, culminando na criação da primeira Orquestra de Violões da Fundação das Artes de São Caetano do Sul – da qual é regente e diretora artística. Nesta orquestra insere também a pesquisa sonora que explora novas formas de tocar o instrumento (https://youtu.be/A1vhRXlg72o).

 

Sobre criação

As Choronas têm inserido cada vez mais composições próprias em seus programas. A ideia é aumentar esta prática. Os arranjos são todos delas e estão em constante mudança. Elas nunca escrevem os arranjos, até porque são mutantes. A improvisação tem lugar nestas propostas.

 

Sobre autoras mulheres

Um dos próximos projetos das Choronas é gravar obras de autoras mulheres. Para isso elas estão fazendo pesquisa de repertório. Já gravaram um DVD com uma opereta sobre Chiquinha Gonzaga para o projeto TUCCA – Aprendiz de Maestro, que angaria fundos para tratamento de crianças com câncer. A opereta foi gravada na Sala São Paulo, com regência de João Mauricio Galindo.

 

Sobre organização e divulgação

As Choronas tem uma pessoa responsável, um produtor, para pesquisar e escrever projetos para editais, firmar parcerias, etc. Não foi sempre assim, antes elas mesmas faziam esta parte. O grupo chegou a bancar 2 integrantes para fazerem cursos de produção e confecção de projetos para editais. Todas aprenderam muito com isso.

 

Sobre profissão e maternidade

Como organizar o tempo numa profissão autônoma como a de intérprete? Não ter uma licença maternidade definida atrapalha?

Paola diz que o segredo é ter um bom parceiro, como seu marido Paulo Tiné. E saber delegar funções, aprender a não monopolizar as funções relativas aos filhos. Deixar que as crianças tenham contato com o pai do jeito que ele sabe e quer ficar. Ela pensa que o natural da mulher é querer controlar a situação.

Paola sempre levou os filhos aos locais de gravação, com alguém que pudesse ficar nos horários em que ela estava trabalhando. Seu marido também sempre dividiu os cuidados com os filhos. Ela pensa que as crianças devem entrar na vida dos pais e não estes mudarem sua vida por causa delas. E isso tem dado certo!

Assista à entrevista completa em https://youtu.be/Mr1vTaXinRI  

 

 

 

 

 

 

 

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Entrevista para o programa “Música Inclusiva”

O programa “Música Inclusiva”, da Rádio Diversa, foi realizado pelos alunos do curso de Jornalismo da ECA-USP Karina Merli, Pedro Ezequiel, Renan Sousa, Samantha Prado e Tainah Ramos. Tendo como tema a maneira como a mulher é retratada na música, entrevistou Eliana Monteiro da Silva, membra da rede Sonora – músicas e feminismos e Doutora em Música pela ECA.

O programa discute o olhar da sociedade para o papel da mulher no decorrer do século XX e como isso transparece em letras de músicas como “Dá Nela”, de Francisco Alves, entre outras. Graças às lutas empreendidas por mulheres e grupos feministas desde, principalmente, a década de 1960, esta realidade vem mudando e se reflete em músicas como “Laura”, de Marina Melo.

Confira!

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Vozes – Paola Picherzky (Divulgação)

 

 

Paola Picherzky é natural de Mendoza, Argentina, é mestre em música pela Universidade Estadual Paulista – UNESP com o trabalho “Armando Neves Choro no violão paulista”. Trabalho este que teve como fruto o resgate da biografia, a catalogação da obra completa do compositor e a gravação de um Cd com 18 choros resultando em seu primeiro Cd solo “18 Choros – Armando Neves” lançado em 2008.
Com o intuito de trazer ao público o material musical recolhido e não utilizado em seu mestrado, em 2015 lança o Cd “Armando Neves, outras composições” apresentando no repertório gêneros distintos ao choro como prelúdios, maxixes, valsas e gavotas, compostos pelo mesmo autor e violonista.
Sempre atuante na área pedagógica, é professora nas Faculdades Santa Marcelina, FMU/FIAM/FAAM e Fundação das artes de São Caetano do Sul.
Idealizou e implantou o projeto “Ensino coletivo de violão” o qual culminou na criação da primeira Orquestra de Violões da Fundação das Artes de São Caetano do Sul da qual é regente e diretora artística.
Entre 2007 e 2010 integrou o quarteto de violões QGQ com o qual gravou o Cd “Jequibau” e como convidada gravou, entre outros, o cd “Não tem choro” – com o flautista Ricardo Kanji.
Apresentou-se ao lado de artistas como Marco Pereira, Paulo Belinatti, Toninho Ferragutti, Roberto Sion,Swami Jr, Izaías e seus Chorões.
Integrante do grupo Choronas desde a sua criação em 1995, apresentou-se com o grupo em concertos na América Latina e Europa, desenvolveu projetos sociais como o show “Musica instrumental nas escolas publicas, uma historia da musica popular brasileira”, gravou quatro cds: Atrente (2000), Choronas ConVida (2004), O Brasil toca choro(2008), J.A Callado (2009) e apresentou-se frente a várias orquestras como a Orquestra Municipal de Santos, Santo André, Orquestra Filarmônica de São Caetano do Sul, Banda Sinfônica Jovem entre outras. Em Janeiro de 2018 o grupo lançou o quinto cd “Choronas Sampa”, uma homenagem a São Paulo e aos compositores paulistas.
É doutoranda no Programa de Pós Graduação em Música da USP.

11/06/2018, segunda-feira às 17h30
Haverá transmissão. Link será postado neste evento no dia.

CMU-ECA-USP – sala 12

Vozes é um espaço que recebe mulheres para apresentarem e falarem sobre seus trabalhos artísticos e criativos. Com uma dinâmica mais informal, é um espaço aberto para a conversa e para o compartilhamento de experiências.

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